Quero descobrir o que caracteriza
o vôo de cada pássaro,
em cada momento.
Não quero palavra, mas coisa,
movimento, vôo.
(João G. Rosa)
Coruja Suindara (Tyto alba)
Coruja Suindara (Tyto alba)
Coruja Orelhuda (Rhinoptynx clamator)
“Que mesmo como coruja era – mas da orelhuda,
mais mor, de tristes gargalhadas;porque a suindara é tão linda,
nela tudo é cor que nem tem comparação nenhuma,
por cima de riscas sedas de brancura.”
Urutau (Nyctibius griseus )
Foto: Martha Lange
"Relanceei em volta. Todo o mundo dormindo.
Só o chochorro mateiro, que sai de debaixo dos silêncios,
e um ô-ô-ô de urutau, muito triste e muito alto."
Nhauma (Anhima cornuta)
“Reprazia, para mim, um dia reverter para o rio das Velhas,
cujos campais de gado, com coqueiral de macaúbas,
meio do mato, sobre morro, e o grande revôo baixo da nhaúma,
e o mimoso pássaro que ensina carinhos – o manuelzinho-da-crôa..
Foto: Dario Sanches
Garça Branca (Ardea alba)
Foto: Mike Baird
"O comum: essas garças, enfileirantes, de toda brancura;
o jaburu; o pato-verde, o pato-preto, topetudo;
marrequinhos dançantes;martim-pescador; mergulhão;
e até uns urubus, com aquele triste preto que mancha.
Mas, melhor de todos – conforme o Reinaldo disse-o que
é o passarim mais bonito e engraçadinho de rio-abaixo e rio-acima:
o que se chama o manuelzinho-da-crôa.”
Garricha-do-brejo (certhiaxis cinnamomeus)
Foto: Dario Sanches
“Os verdes já estavam se gastando.
Frango d'água (Gallinula chloropus)
Foto: Jimmy Yao
Manuelzinho-da-crôa (Charadrius collaris)
Garça Branca (Ardea alba)
Foto: Mike Baird
"O comum: essas garças, enfileirantes, de toda brancura;
o jaburu; o pato-verde, o pato-preto, topetudo;
marrequinhos dançantes;martim-pescador; mergulhão;
e até uns urubus, com aquele triste preto que mancha.
Mas, melhor de todos – conforme o Reinaldo disse-o que
é o passarim mais bonito e engraçadinho de rio-abaixo e rio-acima:
o que se chama o manuelzinho-da-crôa.”
Garricha-do-brejo (certhiaxis cinnamomeus)
Foto: Dario Sanches
“Os verdes já estavam se gastando.
Eu tornei a me lembrar daqueles pássaros.
O marrequim, a garrixa-do-brejo, frangos-d’água, gaivotas.
O manuelzinho-dacroa! Diadorim, comigo.
As garças, elas em asas.”
Frango d'água (Gallinula chloropus)
Foto: Jimmy Yao
Manuelzinho-da-crôa (Charadrius collaris)
Foto: Cláudio Timm
“Era o manuelzinho-da-croa, sempre em casal, indo por cima da areia
lisa, eles altas perninhas vermelhas, esteiadas muito atrás traseiras,
desempinadinhos, peitudos, escrupulosos catando suas coisinhas
para comer alimentação. Machozinho e fêmea – às vezes davam beijos
de biquinquim – a galinholagem deles. ‘É preciso olhar para esses
com um todo carinho...’ – o Reinaldo disse.”
“Era o manuelzinho-da-croa, sempre em casal, indo por cima da areia
lisa, eles altas perninhas vermelhas, esteiadas muito atrás traseiras,
desempinadinhos, peitudos, escrupulosos catando suas coisinhas
para comer alimentação. Machozinho e fêmea – às vezes davam beijos
de biquinquim – a galinholagem deles. ‘É preciso olhar para esses
com um todo carinho...’ – o Reinaldo disse.”
Foto: Dario Sanches
Birro (Melanerpes candidus)
O Sací-do-brejo (Donacobius atricapilla)
Foto: Vsmithuk
Sabiá-ponga (Turdus rufiventris)
Foto: Dario Sanches
Sabiá-preto (Turdus flavipes)
Foto: Dario Sanches
João-congo (Cacicus solitarius)
“O joão-congo piava cânticos, triste lá e ali em mim.
Isto é, minto: hoje é triste, naquele tempo eram as alegrias.”
Isto é, minto: hoje é triste, naquele tempo eram as alegrias.”
João-pobre (Serpophaga nigricans)
Foto: Lip Kee Yap
"Arrepio que fuxicava as folhagens ali, e ia, lá
adiante longe, balançar esfiapado o pendão
branco das canabravas. Por lá, nas beiras, cantava
era o joão-pobre, pardo, banhador."
Suiriri ou Tiriri (Tyrannus melancholicus)
adiante longe, balançar esfiapado o pendão
branco das canabravas. Por lá, nas beiras, cantava
era o joão-pobre, pardo, banhador."
Suiriri ou Tiriri (Tyrannus melancholicus)
Do tupi-guarani, su-y-ry-ry: "pássaro que faz barulho".
Poví ou Grunhatá-do-coqueira (Euphonia violacea)
Foto: Dario Sanches
Saci ou Tempo-quente (Tapera naevia)
Foto: Barloventomagico
"E tinha o xenxém, que tintipiava de manhã no revoredo,
o saci-dobrejo, a doidinha, a gangorrinha, o tempo-quente,
a rola-vaqueira... e o bem-te-vi que dizia, e araras enrouquecidas."
Pintassilgo (Carduelis magellanica)
Foto: Dario Sanches
"O roteiro de Deus nas serras dos Gerais (...)
E lá é cimo alto: pintassilgo gosta daquelas friagens.
Cantam que sim."
E lá é cimo alto: pintassilgo gosta daquelas friagens.
Cantam que sim."
Peitica
"Aí passarinhos que já vão voando, com o menorzinho ralo de luz
eles se contentam, para seu só isso de caçar o de comer.
Triste, triste, um tiriri cantou. Alegre, para mim, a peitica."
Papa-banana (Psarocolius decumanus)
Foto: Chdwckvnstrsslhm
“Assovios que fechavam o dia: o papa-banana, o azulejo,
a garricha-do-brejo, o suiriri, o sabiá-ponga, o grunhatá-do-coqueiro...”
Jesus-meu-deus (Arremon flavirostris)
a garricha-do-brejo, o suiriri, o sabiá-ponga, o grunhatá-do-coqueiro...”
Jesus-meu-deus (Arremon flavirostris)
Foto: Dario Sanches
“O birro e o jesus-meu-deus cantavam.
O melosal maduro alto, com toda sua roxidão, roxura."
Escute o canto do Jesus-meu-deus
O melosal maduro alto, com toda sua roxidão, roxura."
Escute o canto do Jesus-meu-deus
Quem-quem (Cyanocorax cyanopogon)
Foto: David.Monniaux
"Os quem-quem, aos casais, corriam, catavam, permeio às reses,
no liso do campo claro. Mas, nas árvores, pica-pau bate e grita".
A Rola-vaqueira (Uropelia campestris)
Pomba-vermelha-do-mato-virgem (Geotrygon violacea)
Foto: Yamil Sáenz
“Eu tinha uma lua recolhida. Quando o dia quebrava as barras,
eu escutava outros pássaros. Tiriri, graúna, a fariscadeira,
juriti-dopeito-branco ou a pomba-vermelha-do-mato-virgem.”
Macuco
Foto: Dario Sanches
"E o macuco vinha andando, sarandando, macucando:
aquilo ele ciscava no chão, feito galinha de casa” (2001, p. 306).
Ovo de Macuco
"Que não que o céu: esse é céu-azul vivoso,
igual um ovo de macuco" (2001, p. 42).
Zabelê
Foto: Marcos Massariolli
“O zabelê choco, chamando seus pintos, para
esgaravatar terra e com eles os bichinhos comíveis catar.”
esgaravatar terra e com eles os bichinhos comíveis catar.”
Socó-boi-baio
Foto: Cláudio Timm
Socó-boi (Tigrisoma lineatum)
Foto: Cristóbal Alvarado
“Os dias de chover cheio foram se emendando.
Tudo igual – às vezes é uma sem-gracez.
Mas não se deve de tentar o tempo.
As garças é que praziam de gritar, o garcejo delas,
e o socó-boi range cincerros, e o socó latindo sucinto.”
Tudo igual – às vezes é uma sem-gracez.
Mas não se deve de tentar o tempo.
As garças é que praziam de gritar, o garcejo delas,
e o socó-boi range cincerros, e o socó latindo sucinto.”
Seriema (Cariama cristata)
Foto: Steven G. Johnson
“Quando a lua subisse mais, as estrelas se sumiam
para dentro, e até as seriemas podiam se atontar de gritar.”
para dentro, e até as seriemas podiam se atontar de gritar.”
Graúna ou Pássaro-preto (Gnorimopsar chopi)
Foto: Cláudio Timm
"Um boneco de capim, vestido com um paletó velho
e um chapéu roto, e com os braços de pau abertos
em cruz, no arrozal, não é mamolengo?
O passopreto vê e não vem, os passarinhos
se piam de distância. Homem, é."
Você conhece os meus cadernos, não conhece? Quando eu saio montado num cavalo, por minha
Minas Gerais, vou tomando nota de coisas. O caderno fica impregnado de sangue de boi,
suor de cavalo, folha machucada. Cada pássaro que voa, cada espécie, tem vôo diferente.
Quero descobrir o que caracteriza o vôo de cada pássaro, em cada momento.
Não há nada igual neste mundo. Não quero palavra, mas coisa, movimento, vôo.
(G. Rosa, em entrevista concedida a Pedro Bloch, em junho de 1963).
e um chapéu roto, e com os braços de pau abertos
em cruz, no arrozal, não é mamolengo?
O passopreto vê e não vem, os passarinhos
se piam de distância. Homem, é."
Você conhece os meus cadernos, não conhece? Quando eu saio montado num cavalo, por minha
Minas Gerais, vou tomando nota de coisas. O caderno fica impregnado de sangue de boi,
suor de cavalo, folha machucada. Cada pássaro que voa, cada espécie, tem vôo diferente.
Quero descobrir o que caracteriza o vôo de cada pássaro, em cada momento.
Não há nada igual neste mundo. Não quero palavra, mas coisa, movimento, vôo.
(G. Rosa, em entrevista concedida a Pedro Bloch, em junho de 1963).
Para mais informações, acessar:
7 comentários:
Que delícia encontrar esse blog, que une duas coisas que eu adoro: Guimarães Rosa e as aves que enfeitam seu texto.
Parabéns!!! Coloquei um link no meu blog.
Abraços,
Tietta Pivatto
Bonito-MS
estou perplexa com a beleza deste blog ! foi um presente da vida encontrá-lo justamente hoje pela manhã!
judite pimentel
rio de janeiro
09 de abril de 2011
Judite, obrigado pelo comentário. Fico feliz que tenha gostado do blog.
Adorei a página! Parabéns pelo trabalho! Lindas fotos.
Puxa, que lugar mais bonito de bão!
ESTES PÁSSAROS SÃO NOSSOS, SÃO DO NORDESTE??? POXA, QUE BOM RAPAZ. FIQUEI MUINTO FELIZ COM SEU BLOG. JÁ SALVEI EM MEU FAVORITO. ESTAREI SEMPRE ENTRANDO PARA VER AS NOVIDADES. FALE MAIS DA NOSSA TERRA. O POVO AQUÍ NO RIO DE JANEIRO ACHA QUE É SÓ MISÉRIA.
Parabéns pelo trabalho, fiquei maravilhado, obrigado.
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